terça-feira, 17 de agosto de 2010

Animação: "Hanna-Barbera".



Entro na faculdade e vejo dois garotos lendo mangás (nunca entendi direito esse universo, essa coisa de ler de trás pra frente. Para mim, sempre soou absurdo essa leitura ao contrário. Eles conversam sobre samurais, gueixas, cowboys bebops e outros personagens dos quais nunca ouvi falar em toda a minha vida. E relembro com saudade dos meus tempos de criança! Ah que saudade de Zé Colméia, Tutubarão, Corrida Maluca, Flintstones, Jetsons, Johnny Quest, Lippi e Hardy (lembram daquela zebra: "ó vida, ó azar!") e tantas outras criações da dupla William Hanna e Joseph Barbera, verdadeiros magos da animação. E principalmente: saudades de um tempo em que tudo era mais simples, sem tanta complicação e exigência.

Nos meus tempos de moleque o maior barato, em termos de desenhos animados na televisão, era assistir aos programas do Bozo e do Fofão (e com uma vantagem: eles passavam em horários diferentes, então dependendo do horário que você estudasse, dava pra conferir ambos). E era uma festa! As crianças elétricas na frente da TV aguardando as peripécias desses personagens que, salvo as animações da Disney como Pluto, Pato Donald, Pateta e companhia ltda, dominavam as atenções de toda a galera.

Não eram megaproduções caprichadas como os desenhos que Pixar realiza hoje em dia, cheios de pós-produções caríssimas e efeitos em 3D os mais variados. Pelo contrário: havia algo de simplório - "humilde", poderia até chamar se levássemos em consideração os recursos da época - sem, no entanto, perder a humanidade que captava (melhor: hipnotizava) as plateias. Esse foi o maior legado deixado por Hanna-Barbera para as futuras gerações: humanidade.

Quando inciou-se aqui no país o culto às animações japonesas, com Cavaleiros do Zodíaco, Dragon Ball Z e outros exemplares que - considerações minhas - mais parecem verdadeiros campos de batalha travestidos de desenho, lembro-me de ter ficado estarrecido e pensado se toda aquela destruição e aquele clima de fim de mundo que pairava sobre essas produções não seria um pouco demais para a cabeça de crianças de pouco mais de oito anos. Tudo parecia, pelo menos à primeira vista, mórbido demais para aquelas pequenas criaturinhas.


Hoje, imerso na cultura de que tudo o que é bom dá lucro, é fácil e feito às pressas, vejo que esses criadores da terra do sol nascente estão na frente de todos os adversários. E a minha turma ficou carente de coisas simples, sem tantos arroubos tecnológicos. Nosso único alívio são portais como o you tube e os nossos camaradas pirateiros que, tão galantemente, não nos deixam esmorecer e oferecem essas animações dos áureos tempos com uma facilidade espantosa.


Que bom que esses nostálgicos - assim como os eternos Hanna-Barbera - ainda existem!


 

5 comentários:

  1. E um grande Viva para as antigas animações,q ue sinceramente, nunca serão mais iguais. Adoro Tom e Jerry até hoje, rs

    ...

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  2. Ah, felizes fomos nós, que, na nossa infância, tivemos a chance de assistir a tantos desenhos maravilhosos!!! :)

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  3. Cresci com esses desenhos especialmente com "Scooby Doo CAdê Você?"....e hoje vivo com as animações do Miyazaki....Viva a Simplicidade!! \o/

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  4. Dom Pixote foi a primeira vez que um desenho animado foi dublado em portugues no Brasil, estreou na TV Rio em 61. E o primeiro desenho animado a passar dublado na TV Globo foi Ruff and Reddy(meu favorito além do Jonny Quest de 64)conhecidos ocmo Jambo e Ruivão e passava todo dia 11.30 da manhã depois de um programa para crianças em jardim de infância chamado Uni-Duni-Te.
    Desde os tempos em que William Hanna e Joseph Barbera trabalhavam para Hugh Harman, os dois já faziam tudo em parceria apesar da diferença de idade entre eles, e quando lançaram Tom e Jerry( cujo nome já existia em dois personagens da Van Buren, um magro alto covardão e um baixinho sem medo de nada )apesar de pagarem uma nota preta para adquirir os direito de usar os nomes, fincaram seus pés no mundo da animação.
    Com o fim do apoio cultural ao cartoon para cinema, eles já estavam produzindo desenhos direto para televisão com poucos acetatos, movimentos mais fixos e basicamente sustentados por roteiros bem mais falados e gags mais lentas, diferente da época com o produtor Fred Quimby.O modêlo acabou virando o formato básico para animação na TV para todos os canais que começavam a abrir as portas para os animadores desempregados do cinema.
    Só uma correção no texto acima, quem diz : "oh céus, oh vida" era uma hiena deprimida, o "Hardy Har Har" e não uma zebra.
    Eu escrevi um ensaio que conta a saga dos desenhos animados que passaram na TV dos anos 50 e 60, com links para assistir vários deles pela YouTube. Quem tiver curiosidade acesse esse link:
    http://tabernadojao.blogspot.com/2010/01/o-desenho-animado-na-tv-brasileira-anos.html

    recomendo principalmente assistir The Chemistry Lesson de 1927 da Terrytoons que foi a primeira série de desenhos a passar na tv brasileira, realizado ainda no período do cinema mudo e sonorizado pela NBC em 1950 com os pin drops da Thomas J Valentino stock music library.

    Parabéns pseudo-autor pelo blog, meticuloso e consistente, desejo vida longa e muitos novos artigos estimulantes.

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  5. Se quiserem ver mais sobre esse verdadeiro mundo Hanna-Barbera, é só acessar http://mundohanna-barbera.blogspot.com.br/
    tem inclusive desenhos que não foram lançados no Brasil

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