terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Musas: Charlize Theron



Provavelmente o ditado mais famoso do mundo é aquele que diz que "beleza não pôe mesa". As pessoas, de forma geral, estão sempre tentando afastar estética e talento, como se ambas andarem lado a lado fosse uma tarefa impossível. Aqueles que dizem isso certamente não conhecem a nossa musa de hoje: a atriz sul-africana Charlize Theron. De modelo aos 16 anos, após ganhar um concurso em sua cidade natal (indo trabalhar para a agência Pauline's) e uma prematura carreira como dançarina, interrompida por uma lesão no joelho aos 19 anos, a hoje mensageira da paz das Nações Unidas foi um longo percurso cheio de reviravoltas. Porém, sua grande chance como artista viria mesmo após fazer uma cena diante de um caixa de banco quando foi descontar um cheque, logo atraindo a atenção de um descobridor de talentos.

O ativismo e a polêmica sempre fizeram parte de sua vida: seja por presenciar a mãe matando (em legítima defesa) o pai, que a agredia constantemente, seja envolvida em organizações em defesa dos direitos da mulher, na luta pró-aborto, em favor do casamento gay e como membro ativa do PETA (de defesa aos animais). Sua estreia no cinema em 1985 - com míseros 10 anos - num filme B chamado Children of the corn III, mesmo numa participação sem fala e por poucos segundos, foi o necessário para agradar os produtores de hollywood, o que lhe renderia papeis nos filmes Contrato de Risco, de John Herzfeld e The Wonders: o sonho não acabou, de Tom Hanks.

Meu primeiro contato com um filme em que trabalhou foi, em 1997, no misto de suspense e ação O Advogado do Diabo, de Taylor Hackford, em que faz a esposa do personagem protagonista cujo pai é nada menos do que o diabólico Lúcifer, interpretado pelo ator Keanu Reeves. Entre 1998 e 2002, participa de uma série de longas de aventura e dramas pessoais, onde destaco o romântico Regras da Vida, de Lasse Hallstrom (fazendo par com Tobey Maguire), Homens de Honra, de George Tillman Jr, onde acaba ofuscada pelo duelo de atuações entre os atores Cuba Gooding Jr e Robert de Niro e o comovente e profundo Doce Novembro, de Pat O'connor, quando realmente começou a chamar minha atenção em papeis mais pesados e de construção narrativa mais pesada, na pele de uma mulher marcada por uma doença incurável e relacionamentos de curta duração em demasia.

O ano de 2003 seria o início de sua apoteose com o Oscar de melhor atriz ganho por sua interpretação da serial killer Aileen Wournos no filme Monster: desejo assassino, de Patty Jenkins. Nos anos seguintes, se destacaria como Britt Ekland em A vida e a morte de Peter Sellers, de Stephen Hopkins (com belíssimo trabalho de Geofrey Rush no papel-título) e como Josey Ames, primeira mulher a vencer um processo por assédio sexual nos EUA em Terra Fria, de Niki Caro. Seus últimos personagens, a heroína Mary de Hancock, sátira de Peter Berg, a fútil Sylvia de Vidas que Cruzam, de Guillermo Arriaga e a quase inexistente aparição na ficção-científica A Estrada, de John Hillcoat, não lhe renderam boas críticas, o que vem gerando comentários nos tablóides de que é hora de mudar os rumos de sua carreira.

Seu último projeto finalizado é a animação Astroboy e está cotada para participar de Mad Max: Fury Road, reboot da clássica franquia eternizada no cinema pela dupla Mel Gibson e George Miller. Um projeto que vem sofrendo com sucessivos atrasos e cancelamentos os mais diversos. Além disso, rumores atestam que Charlize pode vir a compor o elenco do terceiro longametragem de Batman, dirigido por Christopher Nolan, na pele de uma soçialite. Entre altos e baixos, ninguém nega o talento (e a beleza, é lógico!) de Charlize Theron. Uma prova mais do que viva de que aquele ditado que começou esse texto muitas vezes não está com nada. Em algumas ocasiões (como esta, por exemplo) ele até atrapalha.

 

6 comentários:

  1. Ainda acho que ela deveria ter recebido um Oscar de Coadjuvante por "Advogado do Diabo".

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  2. Quem disse que beleza e talento pode andam juntas ? Charlize é a prova disto!

    []'s,
    sebosaukerl.blogspot.com

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  3. Charlize, uma atriz cheia de surpresas. Muitos devem tê-la descartado como apenas mais uma carinha bonita, mas desde seu intenso papel coadjuvante em O ADVOGADO DO DIABO já dava para perceber o que ela provaria de vez ao mundo com MONSTER!

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  4. A Charlize é uma atriz muito talentosa, pena que, depois do Oscar de Melhor Atriz, a carreira dela deu uma esfriada. Faz tempo, aliás, que ela está sumida!

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  5. Cara, não curto muito o trabalho dela não. Nem acho tão linda assim, enfim. O Oscar por Monster acho até absurdo - a Naomi Watts de 21 Gramas é muito mais interessante. Abs!

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  6. Uma das melhores, atualmente. Uma das poucas que só aceita personagens desafiadoras, sempre difíceis.

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