quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Opinião Crítica: Esses artistas de plástico...



Quando postei nesse blog sobre a "festa" (considero-a assim, entre aspas) do VMB Brasil e a futilidade que paira sobre o meio artístico nos dias atuais, fui mal interpretado por parte de alguns colegas meus que acreditaram estar sendo o meu texto agressivo ao se referir a determinados "artistas" (novamente a necessidade do uso de aspas). O fato, contudo, é o seguinte: vivemos numa era de artistas de plástico, de gente que pensa que canta, que pensa que dança, que pensa que interpreta, que, enfim, pensa que tem algum tipo de talento, quando na verdade tem como único desejo aparecer na mídia, não importa fazendo o quê. Vide o Big Brother Brasil que voltou a enfeiar a programação televisiva nacional - que há muito tempo não é nenhuma Brastemp - em edição de número 11 (fico bobo como ainda tem gente interessada nessa babquice até hoje!).

Como detectar essas criaturas fantásticas que alucinam milhões de fãs fazendo inutilidades as mais variadas e inesquecíveis no mundo mágico do show business? É muito fácil. Aliás, nunca foi tão fácil encontrar celebridades descartáveis quanto nas últimas duas décadas. É só virar o pescoço para os lados e você se deparará com alguém querendo chamar a atenção. Seja num desses vídeos ridículos de dancinhas que as pessoas postam às toneladas em sites como You Tube e Vimeo, seja no conteúdo "altamente genial" de seus perfis no Twitter ou  no Facebook, eles estão ali, rodeando você, instigando-o a tê-lo como fã, a qualquer custo, seja a que preço for. E acreditem: eles estão dispostos a pagar!

Paro por alguns segundos para formar uma lista mental dessas pseudocelebridades do momento e veja quanta gente já consegui colocar nesse time fantástico de "estrelas" (não deu... tive que pôr aspas de novo): Fiuk, filho do cantor Fábio Júnior e prova mais do que viva de que falta de talento também se aprende em casa, a soçialite fútil Paris Hilton, a quase-atriz e quase-cantora Lindsay Lohan, Britney Spears - como esquecer dela fazendo playback no Rock in Rio 3? -, os magníficos garotos da "banda de rock" Restart, aquela mulher (essa nem o nome eu lembro!) que ganhou notoriedade cantando Vai tomar no cú e hoje é atriz de telenovela e tudo, os integrantes do Pânico na TV, recentemente consagrado numa pesquisa com o  prêmio de "Maior Baixaria da TV nacional" (sim, eu li isso em algum lugar), a falsa aluna da Uniban, Geisy Arruda, que nem no programa A Fazenda, da Rede Record, conseguiu se criar e, claro, não deixando de fora 99,9% das rainhas de bateria de escolas de samba e essas marias chuteiras que vivem de posar na Playboy e na Sexy e receber pensões de jogadores de futebol, intitulando-se modelos e manequins.

Abro a página de uma revista Isto É (ou foi a Veja? fugiu-me à memória nesse momento), uma edição especial que trazia uma lista das 100 pessoas mais influentes da atualidade no país e meus dedos ficam simplesmente estáticos ao se deparar com a presença de pessoas como Neymar, atacante do Santos, e Gisele Bundchen. Como esperar que uma sociedade que cultua esse tipo de gente e, muitas vezes, segue seus passos à risca, possa admirar artistas que não sejam de plástico? Se o próprio universo midiático faz de tudo para espantar da sua programação, e da vida dos espectadores, as pessoas inteligentes e que tenham algo a dizer de realmente interessante, o que esperar no final das contas? Como já perceberam ao longo da leitura esse texto teve muitos pontos de interrogação e aspas. E isso é proposital da parte deste autor que vos fala. Como vivemos em tempos praticamente irreais, em que tudo parece fantástico e exagerado em demasia, só pondo aspas e duvidando mesmo de tudo para conseguirmos seguir em frente. O que fazer? C'est la vie.

 

4 comentários:

  1. Há pouco a se fazer, ou melhor, o ideal é não fazer nada e deixar de lado estes tipos de programas e revistas que criam as novas "celebridades".

    Andy Warhol tinha razão quando disse que no futuro todos teriam seus "15 minutos de fama". Infelizmente isto está acontecendo da pior forma possível.

    Abraço

    ResponderExcluir
  2. Artistas de plásticos é uma definição perfeita para este tipo de personalidade. A eles faltam identidade e talento. Ainda bem que a trajetória deles, em alguns casos, é fugaz...

    ResponderExcluir
  3. É isso mesmo cara, esses artistas de plástico estão ao nosso redor.

    Mas... pq? Pq cultuar alguém que não tem nada interessante a dizer?

    É um grande mistério.

    A Geisy arruda q vc citou é um exemplo cabal da ignorância do povo. Só mesmo a ignorância para explicar o interesse nessas pseudocelebridades.

    ResponderExcluir
  4. Triste esta nossa realidade, não é mesmo, meu caro?! Até que o Pânico na TV, mesmo com algumas bizarrices, no início trazia um sangue novo e anárquico, mas acabou se perdendo na baixaria e hoje não tem mais graça... Salva-se o CQC e é só! Abração!

    ResponderExcluir