sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Lendas: Ayrton Senna (1960-1994)



Para compreender o que Ayrton Senna representou para o Brasil e para o automobilismo mundial é preciso, obrigatoriamente, tê-lo visto em ação nas pistas de corrida. Durante toda a minha adolescência, procurei entender o significado da palavra genialidade e, no entanto, nunca encontrei um exemplo que realmente traduzisse em atos o que o verbete simplesmente nomeava. Até aquele fatídico Grande Prêmio de Portugal, em Estoril, quando o piloto, no cockpit de sua Lótus Preta venceu a sua primeira corrida. Daquele dia em diante eu já sabia de antemão que a minha rotina nunca mais seria a mesma. Ela seria afetada de forma definitiva pelo talento de um rapaz que, com muito pouco, conseguiu arrastar multidões para a frente da TV e para os autódromos ao redor do mundo.

Assistir o documentário Senna, dirigido por Asif Kapadia e lançado em circuito nacional há poucos meses, faz muito mais do que simplesmente reatar o contato com o trabalho e a capacidade de superação desse paulistano que encantou uma nação através de um esporte que nem era a grande paixão nacional do povo brasileiro. Ayrton Senna da Silva foi mais do que tricampeão mundial, mais do que o Rei de Mônaco (enquanto vivo, ninguém ganhou mais vezes do que ele no circuito mais charmoso de toda a temporada), mais do que o eterno adversário, o piloto francês Alain Prost - rival lendário dentro e fora das pistas - ou mesmo o tresloucado inglês Nigel Mansell. Senna foi o símbolo de uma geração que torcia e admirava seus ídolos. Diferentemente de hoje, onde tudo não passa de jogo de cena dos patrocinadores, empresários e grana rolando mesmo nas decisões mais idiotas.

Elencar os momentos que fizeram do piloto o grande marco que foi seria uma tarefa exaustiva e digna de um biográfo (e não desse mísero blogueiro que vos fala), mas como esquecer da corrida que ele entregou na última curva ao parceiro de Mclaren Gerard Berger, pois a pontuação do segundo lugar era o suficiente para suas pretensões naquela temporada? E de sua personalidade forte ao devolver na mesma moeda a injustiça cometida contra ele pela FIA ao tomar-lhe o campeonato mundial no ano anterior por uso indevido de uma determinada parte da pista? E, finalmente, como deixar de exaltar o espetáculo que era ver Senna correndo debaixo de chuva, verdadeiro desfile que chamava a atenção de toda a crítica mundial? Poderia ficar aqui citando milhares de momentos inesquecíveis e ainda assim não conseguiria arranhar a estrutura do mito que esse fabuloso piloto criou em torno dele.

No dia primeiro de maio de 1994, em Ímola, mais especificamente na Curva Tamburello, o que o povo brasileiro perdeu foi muito mais do que um desportista, muito mais do que uma simples lenda. Ali parecia ter se encerrado um ciclo onde heroísmo, caráter e competência eram a tríade necessária para se superar qualquer obstáculo. Da partida de Senna até os dias de hoje, o que ficou que valha realmente a pena ser citado no circo da Fórmula 1? Por mais que me apedrejem os detratores de meus textos aqui nesse espaço, não posso deixar de registrar aqui o fato de que com a morte de Senna morreu o esporte que ele defendeu e honrou com tanta vontade. E o povo, carente, pede o retorno desses dias gloriosos até hoje.

Trailer do documentário Senna, de Asif Kapadia:

Primeira vitória de Ayrton Senna (Estoril, 1985):


 

6 comentários:

  1. Pra muita gente a F1 perdeu a graça... comigo não foi diferente.

    O Massa serve para aumentar um pouco meu interesse nas corridas, mas nada comparado a epoca do Senna.

    Como era bom ver as corridas. Nunca me esqueço daquele Senna x Mansell em Monaco.

    Quero ver esse documentário denovo.

    Abraços.

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  2. Quero muito ver o documentário. Tinha 3 anos na morte de Senna e, portanto, não faço parte do grupo de pessoas que o idolatram - mas reconheço a importância que este teve.

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  3. Esse documentário é muito bonito. Eu acho que faz muito jus à figura do Senna e a importância dele ao esporte. Fora que mostra bem os elementos que fizeram dele o grande piloto que ele foi.

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  4. Com certeza, a formula 1 perdeu totalmente a graça. Ano passado vi aquele monte de gnt com roupinha da Ferrari indo pro autodromo e me perguntei o que de tao legal eles vao ver la se Senna ja nao esta mais... Eu opto eu assistir formula indy, tem um pouco menos de mafia, digamos...

    Sem palavras pra descrever o impacto que Senna nos casou e como era forte sua personalidade. Eu chorei praticamente em todo o documentario do Kapadia, rs...

    E a cena de Imola com a camera interna do carro do Senna? tocante...

    Acho interessante o documentario porque vc nao tem a sensação que Senna esta morto (inconscientemente) ate o acidente acontecer no documentario. Nao ha quadros que ligam a construção dele para o atual com pessoas de hoje lamentando sua morte. O documentario todo foi construido causando a ideia de que é uma ficção... mto bom mesmo...

    Abs!

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  5. Apesar de eu ter nascido 2 anos depois da sua morte eu vi videos imagens e quanto ele representou para povo brasileiro, hoje Senna pra mim é um grande ídolo, porque aprendi a gostar mesmo sem ter acompanhado a sua carreira más por ser um grande homem com que representou o país tão bem que hoje deixa saudades. Assisti o documentário que é muito lindo chorei no final.
    Senna é Eterno.

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  6. iae galera do senna votem nele para o maior brasiliero de todos os tempos apartir de amanha vcs já podem votar nele no site do sbt.ele tá na semi final contra chico xavier. ele merece poq ele um heroi, um idolo um exemplo e muito mais. abraço galera vamos eleger ele o maior de todos






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