quarta-feira, 19 de maio de 2010

Cinema: "Robin Hood", de Ridley Scott



É preciso muito pouco para se realizar um grande épico: um herói que alimente as esperanças de uma nação, grandes cenas de batalha (de preferência filmadas em exuberantes panorâmicas e planos-sequência), um amor que à primeira vista pareça proibido, inveja, traição e muito sangue jorrado entre uma luta e outra. Tomando como referência essa receita de sucesso instantâneo, precebe-se claramente porque o cineasta Ridley Scott tornou-se um dos maiores diretores do gênero nos últimos anos.


Robin Hood é um colírio para os olhos de qualquer amante da boa literatura e das histórias antigas. Amparado por novos estudos acadêmicos que surgiram sobre o personagem nos últimos anos, o filme é a elegância por natureza.


Num período onde poder e cobiça se misturam de uma forma acre e contraditória, o fora-de-lei (e cabe aqui um parêntese importante: a trama da película trata da fase anterior a que conhecemos, do lendário Robin e seus homens na Floresta de Sherwood, ou seja, conta a história do homem antes de se tornar o mito) serve perfeitamente de balança para administrar os desejos de uma população que carece de tudo, inclusive de necessidades as mais básicas.


Vibrante, poderoso, irretocável (à parte o fato de que certamente alguns críticos e espectadores mais intelectualizados certamente reclamarão dos efeitos especiais empregados nas cenas de batalha, que em nada comprometem a grandeza da produção), o filme arrebata corações das mais diferentes idades, reinventando uma figura lendária que jamais deixará de ser esquecida.


Pois o que seria do mundo não fossem aqueles que não se deixam subjugar por normas e critérios os mais inescrupulosos?

6 comentários:

  1. É verdade que Scott tem usado essa fórmula que tu descreves no início...
    Quanto ao filme, és dos poucos que fala muito bem dele...

    Abraço
    Cinema as my World

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  2. Concordo com praticamente tudo. Acho q Scott tem se consagrado no gênero, e que o filme é uma boa obra. Só não o achei tão inovador, em comparação a outros filmes do gênero, e tb percebi algumas "coincidências" que não cairam mto bem. Mas num todo é um bom filme. Abraços.

    Visitem

    www.cinemaniac2008.blogspot.com

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  3. Estou ansioso pra conferir este! adoro o trio: Blanchett, Crowe e Scott.

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  4. É uma das críticas mais positivas que li do filme até agora. Fiquei empolgado!

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  5. Vi e de fato este filme não prioriza uma criatividade...mas, tem força sim e interpretações boas. Blanchett dominou muito, muitas cenas e é uma beleza assistir a seu vigor interpretativo, principalmente interpretando uma mulher de grande feminilidade e, acima de tudo, esperança em seu povo e em si própria...

    Crowe está menos enérgico que no Gladiador, mas eu gosto muito dele...

    É um filme que realmente não inova em nada, nem as cenas de batalhas surpreende - mas, ainda sim, gostei do foco do roteiro e das composições de Von Sydow, Oscar Isaac e Strong.

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  6. É bom ler uma opinião bastante favorável desse filme que ficou sendo comparado desfavoravelmente com outras versões do mito. Scott, por mais que nem sempre atinja a genialidade, é um cineasta essencial da atualidade e esse é um filme que verei de qualquer modo.

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