quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Exposição: "Zeróis: Ziraldo na tela grande".



Quadrinhos são uma eterna paixão que administro desde a mais tenra infância. Tanto isso é verdade que uma das primeiras decisões que tomei ao montar esse blog é que uma das temáticas culturais que iriam ser abordadas era a nona arte, por seus artistas extraordinários, seus traços impecáveis e, claro, por minha total incapacidade de produzir algo do mesmo nível estético. Dentre esse universo gráfico majestoso, uma peculiaridade sempre percorreu minha relação com os comics (mais especificamente o gênero super-heróis): nunca admirei com grande prazer os heróis com superpoderes. Para mim, heróis de fato eram personagens como Batman, Demolidor, Justiceiro, Jonah Hex, ou seja, figuras que transformavam um revés da própria vida em força e motivação para combater o crime. E foi exatamente isso que me deixou extasiado ao final da minha visita à exposição Zeróis - Ziraldo na tela grande no Centro Cultural Banco do Brasil: a capacidade de heróis serem humanos.


Grande entusiasta do gênero, o cartunista esbanja glamour nesse coleção de 44 telas em acrílico onde mostra uma visão intimista sobre o universo do super-herói mesclado a referências artísticas, pop, históricas, fotográficas. baseadas numa antiga revista que publicou, com sucesso, na década de 80. Passeando inspiradoramente de Andy Wahrol a Delacroix, de Picasso a Roy Lichtenstein (que subverteu os quadrinhos à categoria de arte), de Goya a Grant Wood, o artista mostra sua sátira, sua verve, seu talento incontestável, seus traços inusitados a serviço de uma recriação mais do que necessária para que o público leitor desse universo entenda que esse mundo não é somente bravura, idolatria e força.


Nunca me esqueço de minha primeira leitura de uma obra de Ziraldo. O eterno menino maluquinho (certamente o melhor personagem para definir a própria personalidade do autor: um trangressor que nunca deixou de ser criança ao longo de toda a carreira bem sucedida). Foi lúdico, inebriante, inocente, mas sem perder a malícia (mesmo que, à primeira vista, isso pareça totalmente impossível!). Em Zeróis - passados quinze anos depois dessa leitura - tive mais uma prova desse sentimento com alegria. Ciente de estar diante de um talento inegável e, por que não afirmar? inigualável.


Para os amantes das histórias em quadrinhos em geral e para aqueles que acreditam que a criança dentro de nós nunca deve morrer, esse é um evento obrigatório.




2 comentários:

  1. Adoro Ziraldo. Li várias de suas obras enquanto crsscia e aposto que esta exposição está muito legal!

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  2. Opa, tudo bom? Pode me mandar as perguntas para o seu TCC, sim. Me escreva no renato @ cinematorio . com . br, OK? Abraço.

    Renato.

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