domingo, 1 de agosto de 2010

Música: "The Miseducation of Lauryn Hill"




Eu não sou especialista, muito menos um fã ardoroso do Hip-Hop. E confesso: isso se dá muito mais por imcompreensão a respeito do que seja esse estilo musical - nunca entendi direito o que eles querem dizer com todos aqueles yeah, yeah, yeahs e aquelas piruetas e street dances todas - do que qualquer outra desculpa esfarrapada que eu possa dar aqui nesse texto. Portanto, para muitos amigos meus esse post será uma grata e irônica surpresa. É bem verdade também que eu sou um indivíduo muito chato quando o assunto é música. Não vou chamar de artista gente que berra ou gosta de fazer solos exaltados ou dar falsetes na voz. Comigo, não, Serapião! Mas essa menina da capa acima precisou de muito pouco para chamar a minha atenção. E, definitivamente, é um dos melhores exemplares do que seja música com o qual me deparei nos últimos anos.


Ouvi Lauryn Hill a primeira vez cantando no coral de estudantes do colégio de freiras do filme Mudança de Hábito (sabe aquela comédia em que a Whoppi Goldberg faz uma cantora de cabaré que para fugir de assassinos que querem matá-la após ter testemunhado um crime se esconde dentro de uma igreja e muda o dia-a-dia dos corais da instituição, misturando os cantos góticos com toda a força do soul? Então...). Lauryn Hill estava lá, junto aos outros alunos, pequenina, frágil, alguém que certamente jamais chamaria a atenção. O tipo de pessoa que fica escondida no canto e que, quando faz algo digno de nota, é cometer um crime ou envolver-se num escândalo político, sexual etc. Até que ela exibiu sua voz majestosa. E eu entrei em catarse.


Em The Miseducation of Lauryn Hill, posso dizer com todas as garantias que a cantora apresenta ao público seu guia básico (poderia chamá-lo também de Making of do Hip-Hop). A artista esbanja bossa, sensualidade e, principalmente, imprime uma marca, uma atitude - como bem pede o universo musical que ela escolheu abraçar - ímpar dentro da música norte-americana. É fácil entender como se deu o seu meteórico sucesso. Difícil é aceitar que tenha desaparecido (ou, no mínimo, se ausentado com frequência das paradas) nos últimos anos devido ao fato de ser uma pessoa indomável e imersa em polêmicas. Uma pena!


Entre os sucessos mais variados, recomendo aos interessados que prestem uma apurada atenção nas faixas Everything is everything, Doo Wop, To Zion (em que faz dueto sensacional com o guitarrista Carlos Santana) e uma versão dançante da clássica Can't take my eyes of you. Para ouvidos apurados, Hill é o supra-sumo da melodia e, claro, da intensidade que o Hip-Hop exige. Um colírio para quem está acostumado a ver apenas bad boys e arrogantes entoando seus mantras de revolta e impunidade, como se música fosse apenas um manifesto para lutar contra o sistema.



4 comentários:

  1. Olha, não conhecia ainda. Dica anotada, gostei do texto.

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  2. Obrigado pela visita ao meu blogue. Abraço.

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  3. Olá!

    Agradeçomos muito sua visita e seu comentário.
    Estaremos procurando pelos filmes que você recomendou e assim que possível estaremos postando.

    Muito obrigada pela visita e pela dica. Volte mais vezes, estaremos esperando.

    Até!

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  4. Cara, gostei tambem do culturaexmachina, olha rola link pra baixar ou ´so os textos, fiquei curioso pela musica da Garota aí em cima.

    Obrigado pela vista, volte sempre.

    Abração

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