terça-feira, 5 de outubro de 2010

Quadrinhos: "A Morte do Super-Homem", de Mike Carlin



Quando tinha 17 anos pedi de presente de aniversário um conjunto de revistas em quadrinhos específicas e meus pais estranharam aquele desejo vindo de um adolescente que deveria estar interessado em carros, garotas e festas. Entretanto, o que eles não faziam a menor ideia - até porque não liam comic books - é que aquelas revistas em questão fariam parte de uma das maiores sagas que passariam pelas minhas mãos ao longo de toda a minha vida como leitor de gibis. Tratavam-se de um evento único na história da DC Comics! E eu nunca mais deixei de exaltar a qualidade e a importância que aquela jornada quadrinizada teve para a minha vida.

A Morte do Super-Homem, um projeto inicialmente idealizado pelo editor Mike Carlin e uma equipe de quadrinistas do gabarito de Dan Jurgens, Jerry Ordway e Karl Kessel com o propósito primeiro de alavancar as vendas do homem de aço, que andavam em baixa nos últimos anos muito por conta do sucesso de franquias da Marvel como os X-Men, foi um sucesso e, mais do que isso, um pedido antigo dos leitores que sempre desejaram saber como ficaria o mundo caso o filho de Jor-El sucumbisse ante um inimigo de proporções avassaladoras. E foi pensando nisso que a equipe criativa desenvolveu o personagem Doomsday (o Apocalipse), uma criatura diabólica e sem nenhuma compaixão, capaz de destruir a mais frágil das criaturas com apenas um estalar de dedos.

Com a chegada desse dínamo destruidor, que facilmente aniquilou toda a Liga da Justiça numa fração de segundos, Super-Homem percebe que está em suas mãos o destino da humanidade. Somente ele (assim crê a imprensa e a opinião pública) pode impedir a rota de destruição proporcionada pelo algoz do outro planeta. Porém, o que ele não faz a menor ideia é que essa missão será muito mais complicada do que imagina, pois envolverá deixar de lado valores éticos que o lado humano do super-herói sempre levou em consideração em todas as batalhas que travou.

A saga, que posteriormente renderia continuações na trilogia O Retorno do Super-Homem, apresentaria nos eventos post mortem quatro versões do herói como futuros protetores (ou não) da cidade de Metrópolis, foi um sucesso extraordinário e criou um filão dentro dos selos da DC Comics referentes a ascensão e queda de seus personagens (anos depois a editora criaria A Queda do Morcego, em que o milionário Bruce Wayne seria destruído física e emocionalmente, bem como seu alter-ego Batman pela fúria do vilão Bane). Passado o episódio de sua morte, a revista mensal do homem de aço seria zerada e um novo arco de histórias seria criado, dando um novo rumo a vida do personagem - rumo esse que seria novamente reformatado quando do lançamento da adaptação cinematográfica Superman: o retorno, dirigido por Bryan Singer.

A história chegou a render, inclusive, uma animação homônima produzida pela Warner Home Video, porém com um desenrolar da trama um pouco diferente do original (tendo em vista que no desenho o foco principal da história está na luta entre Super-Homem e Apocalipse, enquanto na versão quadrinizada há a participação de outros heróis) além de uma versão para os videogames Super Nintendo e Mega Drive. Quando foi lançada no país a Editora Abril elaborou uma edição caprichada contendo a revista oficial (versão EUA), um fac-símile em inglês publicado num jornal norte-americano que divulgou o lançamento da publicação, um volume da revista Action Comics que lançou o personagem para o mercado de quadrinhos e um pôster em formato standard.

Sem sombra de dúvidas, uma das maiores jogadas de marketing da história do mercado de Quadrinhos até hoje!

Para baixar na íntegra o volume A Morte do Super-Homem, acesse:

Trailer da animação produzida pela Warner Home Video:

3 comentários:

  1. Já ouvi falar muito desta HQ, mas ainda não entrei em contato com ela. Já disse aqui, anteriormente, que dificilmente leio coisas neste formato.

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  2. Belo texto cara!!!

    Tô até baixando aqui. Sou fã de quadrinhos tb e ainda não tive o prazer de ler esse...

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  3. Talvez seja uma das sagas mais importantes das HQs contemporâneas, porque foi a partir daí que as editoras começaram a pensar na morte de grandes personagens como forma de impulsionar as vendas... claro que isso foi elevado à décima nona potência atualmente, TODO MUNDO morre e volta né!

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